segunda-feira, 30 de abril de 2007

Ultimas noticas de Lhasa

Fiz um pequeno percurso com a bike e detectei que a suspensao dianteira foi danificada no transporte. Estava vazando ar. Consegui achar um bicicletaria e ai comecaram as dificuldades. E' claro que ninguem falava ingles. E' claro que nao conseguiam me entender. A solucao paleativa para o problema era tampar o vazamento. Mas quem disse que a gente se entendia.

Ai comecaram a juntar uma molecada em volta, fascinados com a bicicleta. Tinha uns dez. eu nem conseguia falar com o bicicletero nem manter as criancas longe, ja. que queriam tocar em tudo. Desisti daquela bicicletaria e fui numa outra em frente.

Tambem nao falavam ingles. Por sorte um senhor que passava parou e tentou ajudar. Muito precario o seu ingles, mais foi suficiente para entender que eu precisava de uma borracha e cola para colocar no vazamento e amarrar a borracha com aquelas presilhas de plasticos conhecidas como enforca gato. Gesticulacao daqui e dali, consegui achar a cola e um pedaco de freio que serviu para o meu proposito.

Aparentemente nao esta vazando, amanha verei com a suspensao se comportara. A bicicleta veio muito bem protegida. Imagino so' o que devem ter feito com a coitada nos cinco voos ate' Lhasa.

Bem, agora sao quase dez horas e volto para o quarto para refazer as malas. O intestino ja' esta se acostumando com a comida daqui. A respiracao ainda continua pesada e para digitar o coracao est'a a 95bpm. Na curta pedalada que dei, no plano e a 1 por hora, ela ficou em torno de 150bpm.

Bem, que Deus me acompanhe, pois amanha comeca a travessia. Mando noticias assim que possivel. Se o blog for atualizado apenas com fotos, e' porque estou usando o celular durante o percurso.

Ate' mais.

Lhasa - Noticas rapidas.



Acabei de montar a bicicleta. Amanha comecamos a pedalada e logo de cada dois dias de acampamento. O corpo vai se adpatando a altitude e a comida. Subir as escadas do palacio de Potala nao foi facil. tive que parar umas tres vezes para pegar folego. Meus batimentos cardiaco normais, sem atividade, giram em torno de 65. Aqui nao fica por menos de 80. Enquanto digito o frequencimetro cardiaco indica 95. Ontem estava andando e resolvi comer uma barra de chocolate. Essa enorme atividade ja te faz ficar ofegante.

A comida por aqui e essencialmente chinesa e tibetana. Para quem me conhece, sabe que eu nao sou muito chegado nessas areas gastronomicas, mas a lei da sobrevivencia fala mais alto. estou indo de sopa, macarrao com alguma coisa que nem quis perguntar o que era, e finalmente carne de Yak.

Agora eu e o Raphael iremos dar uma primeira pedalada e ver se esta tudo bem com as bikes. Ainda tento mandar mais noticias hoje. A partir do momento que comecar a pedalar, terei apenas 4 dias com acesso a internet durante os 17 dias da travessia. Vou tentar mandar, pelo menos fotos e legendas atrav'es do celular. Em alguns pontos do percurso ele deve pegar e me permitir compartilhar o cenario com todos. Gostaria de saber se as postagens estao legais e se quiserem saber algo especifico, mandem um comentario atraves do proprio site.

Namaste!

sábado, 28 de abril de 2007

Lhasa - Tibet


Estou em frente ao palacio de Potala, 3600m de altitude. Chegamos por volta das 14:00. O aeroporto fica a mais de uma hora de distancia de Lhasa. Fizemos o checking-in no hotel por volta das 16:40 e resolvemos caminhar ate' o palacio que fica a uns 2 Km de distancia. O efeito da altitude em mim se manifesta na respiracao que esta mais pesada, ou profunda. A cada tres ou quatro respiradas preciso fazer uma inspiracao mais profunda.
Houve uma ameaca de dor de cabeca que nao se concretizou. A caminha foi tranquila, mas deu para mostrar que temos que manter um ritmo lento ate nos adaptarmos. Hoje e' dia 28. Ficaremos mais duas noites aqui em Lhasa para aclimatacao. A pedalada comeca dia primeiro. Amanha faremos um giro pela cidade. Aqui o celular K790 da Sony-Ericsson esta funcionando perfeitamente no roamming da TIM. Portanto, vou mandar fotos para o blog, sem muito texto e `a noite, faco o complemento detalhado do dia.
Estar em Lhasa me faz lembrar minha infancia, quando eu adorava ler enciclopedias. O Palacio de Potala nunca saiu da minha mente, e agora estou tendo essa oportunidade de estar aqui. Ate' mais.

Templo budista em Katmandu



sexta-feira, 27 de abril de 2007

Katmandu 2





Pelas ruas da cidades, homens sagrados, os Sadus, sao encontrados perto dos principais pontos turisticos, onde podem ser fotografados, mediante um pagamento.





O budismo convive com o hinduismo e seus cultos sao preservados. Assim como o rio Ganges na India, O nepal tem o seu rio sagrado, onde cerimonias de cremacao sao feitas a ceu aberto.



Agora sao 23:00 e amanha temos que levantar as 5:30 para tomarmos o voo para Lhasa. Estou atualizando o blog para nao deixa-los sem noticias, mas o fuso horario ainda me mata. Do Tibet mando mais noticias.

Katmandu




Katmandu e' uma cidade fascinante, com seus templos budistas coloridos e cenas que nao sao imaginaveis em nosso pais. As vacas, animais sagrados podem ficar tranquilamente onde quiserem, e o respeito a elas e' realmente impressionante. Desde cedo as pessoas sao ensinadas a respeita-las, assim como a qualquer animal vivo.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Partindo para Katmandu.

Encontrei-me como Rapahel as 8:00 para o cafe'. O hotel era razo'avel, mas tudo uma bagunca. O ingles do indiano e' um exercicio para os ouvidos mais treinados. Nao se consegue entender quase nada.

A muito custo conseguimos tomar um cafe com leite e pao de forma. Fomos a recepcao para que o Rapahel ligasse para a companhia aerea e depois de uma tentativa frustrada, tivemos a boa noticia de que as malas acabaram de chegar.

Fomos entao para o aeroporto. La as malas passam pelo raio x antes de entrar no saguao do aeroporto. No balcao da Air Sahara, fizemos o checking in, e tivemos que pagar cerca de 35 dolares de excesso de bagagem.

O voo saiu no horario, 13:40 e chegamos por volta das 15:15 em Katmandu, que fica num vale, bem plano, cercado por altas montanhas, onde nos chamou a atencao as casas que ficam nos cumes dessas montanhas. Assim que der carrego as fotos aqui no blog.

O tramite no aeroporto foi rapido. o visto e' obtido na hora. Se voce ficar ate tres dias nao paga nada. Depois disso tem uma taxa de US$ 30. 'e necessario levar fotografia para colocar no formulario que 'e preenchido na hora, no balcao da imigracao.

Do lado de fora Mohan, da Makalu Adventure, empresa que esta nos assessorando, esperava com uma van para nos levar ao hotel. Depois do Checking-in, o Rapahel foi tirar dinheiro num caixa eletronico e em seguida fomos ao escritorio para acertar o pagamento dos servicos de Mohan. Paguei com cartao de credito e fomos numa loja especializa, do outro lado da rua, alugar os sacos de dormir que serao usados durante a pedalada. Pagamos US$ 18 por cada um. Bem mais barato do que comprar um novo que nao sairia por menos de US$ 100.

Dali, pedi ao Mohan para nos levar a uma local para que pudessem costurar o logo de meus patrocinadores em duas das camisas e jaqueta cortavento, pois os bordados acabaram ficando prontos somente as 17:00 do dia da minha partida. Enfim, tudo deu certo.

As 19 horas nos encontramos com os demais membros de nossa expedicao. Serao dez pessoas, sendo que existem um casal da Holanda, outro da Inglaterra, uma Alema, dois americanos e mais um senhor que nao guardei a nacionalidade. Depois da reuniao eu e Raphael fomos jantar, mas antes acompanhamos um casamento nepales, muito diferente do nosso ritual. Consegui filmar um pouco e depois mostrarei para voces. Agora sao 23Horas, e vou me deitar, apesar de estar sem sono. Amanha teremos um city tour e o dia sera usado para obtencao do visto do Tibet. Ate mais. Ah, a temperatura aqui esta agradavel, em torno dos 20 graus durante o dia que foi ensolarado.

Chegar a Delhi foi facil, mas ao hotel...

O Aviao chegou as 20:30, as mas chegaram logo a esteira, mas a pessoa do hotel que deveria estar me esperando nao estava la'. Esperei um pouco e liguei para o hotel, onde me garantiram que tinha alguem la'. Dai alguns minutos vejo meu nome aparecer numa placa. O jovem me diz que mais alguem ira comigo ao hotel. Me leva ate a parte de fora do aeroporto onde ele contrata um taxi pre-pago para nos levar. O carro mais novo devia ter uns 25 anos de uso. O modelo que foi designado para nos, deve ter sido produzido em 1965. Minha bicicleta foi para o teto do veiculo, as demais malas para o porta-mala, momento este que a tampa caiu na cabeca do rapaz do hotel. Bem, confusao a parte, saimos eu e Lawrence, o simpatico senhor americano para o hotel. Depois de uma meia hora percebemos que o motorista estava mais perdido do que nos. Tudo que eu pergunta a ele, a resposta era a mesma. Yes, Sir!. Comecamos a entrar em locais que certamente assustariam a muitos de voces, mas eu sabia que em Delhi, a aparencia das ruas e casas, em sua maioria, e' parecida com uma favela de concreto.

Insisti para que ele parece e perguntasse num hotel, onde era o endereco do nosso Hotel. Ele parou e perguntou para dois homens, que imediatamente apontaram para diferentes direcoes. Ai comecou uma discussao entre eles para mostrar quem estava com a razao. O motorista volta e passamos mais uns quinze minutos perdidos, ate que eu pedi para que parasse o carro e fui pergntar num hotel. Me disseram mais ou menos a direcao e la fomos nos. Mais uma parada para perguntar e conseguimos achar o Southern Hotel.

Acomodado no quarto, liquei para o Raphel, que devia ter chegado doze horas antes de mim, e tive a noticia de que suas malas tinham sido estraviadas, mas que chegariam na manha seguinte.

Minha experiencia de India tinha apenas duas horas, e muitas das cenas que vemos em filmes, como vacas deitadas no meio da rua e que obrigam os carros a desviarem, se tornavam realidade. Nao consegui dormir nada devido ao fuso horario de dez horas, apenas cochilei alguns momentos e acabei levantando de vez as 6:00, depois de ter ido dormir as 3:00.

terça-feira, 24 de abril de 2007

12034km até Delhi


A tela da cabine indica a meia volta ao mundo que farei nas próximas 15 horas.

No aeroporto de Chicago

O fuso horario e' -2 horas em relacao ao Brasil. Sao 15 horas. O voo de Miami ate Chicago levou 3 horas e transcorreu tranquilamente, a nao ser pelo pires que eu quebrei e assustou o passageiro do lado, que dormia pesadamente.
E' incrivel como o americano e workaholic. Num catalogo de vendas dentro aviao, o qual farei uma postagem especial, vendiam um escritorio portatil para ser montado no banco do passageiro de um automovel. Acho que assim o motorista poderia almocar num drive-thru e enquanto espera o sanduiche, continuar a trabalhar. Nao bastasse isso, fui na sala de espera da American Airlines aguardar o voo. Quando entro no banheiro, escuto duas pessoas conversando sobre negocios. Achei que estavam falando entre si, mas percebi que eram conversas separadas. Os dois estavam trancados em cabines do banheiro, fechando negocios enquanto estavam fazendo o numero 2. O pior e' que algum deles vai se vangloriar de ter fechado um negocio " em condicoes muito dificeis" .
Agora vou descansar um pouco, pois meu voo para Delhi sai daqui a quatro horas e serao mais quinze horas dentro do aviao. Mando noticias de Delhi.
A foto dessa postagem foi enviada diretamente do meu celular Sony-Ericsson para o blog. Devo fazer isso durante a viagem inteira. Portanto, e' possivel que voces vejam uma foto e uma linha de texto, que depois serao complementadas com mais detalhes.


Cheguei em Miami

Estou escrevendo numa maquina sem acentuacao, portanto desculpem a grafia das palavras. Acho que isso vai acontecer a viagem inteira.

O Voo para Katmandu ja’ e’ uma aventura. O percurso e’ Sao Paulo (GRU) ate’ Miami (MIA) onde o tempo de voo e’ 8 horas., depois Chicago (ORD) 2,5 horas, e Delhi (DEL) num voo de 16 horas. Chego la as 830Pm do dia 25. Durmo por la’ e tomo um voo no dia 26 as 12:20 para Katmandu. Fico la’ dois dias e depois parto num voo as 9:30am do dia 28. Ufa!

Minha primeira parte do voo para Delhi foi tranquila. Embarquei no voo 930 da American Airlines que partiu as 11:40 do dia 23 e chegou a Miami as 7:00 do dia 24. As malas chegaram direitinho. Aqui nos Estados Unidos as malas nao vao diretamente ao destino final. Voce tem que apanha-las, passar pela Aduana e depois entrega-las para serem reenviadas ao destino. Nesse processo eles passam a mala pelo raio X. Estou despachando duas malas, a de roupa e a da bicicleta. A mala pequena foi direta para o raixo X, a da bike eles resolveram fazer um teste para ver se tinha explosivos.

E’ um teste comum e consiste de passar um paninho dentro da mala e depois coloca’-lo num aparelho de testes. Fiquei aguardando, pois sabia se eles fossem fazer algum teste iriam quebrar o cadeado da mala para abri-la. Forneci a combinacao do cadeado, e tudo foi feito rapidamente. Comprei uma revista de Mountain bike para ler no voo ate’ Chicago, que sera’ as 11:40am. Ainda sao 9:30am. Aproveito o tempo para atualizar o site.

sábado, 21 de abril de 2007

A bagagem


Começo arrumar as malas. Aqui é a mesa da minha sala, onde estou agrupando os objetos por grupo de utilização. Em primeiro plano, as peças de manutenção. Depois estão as barras energéticas e carbohidratos. Em seguida separei o que vou levar na mochilha de hidratação, que além de água levará roupa para ser usada durante o dia, considerando as mudanças climáticas.

Tonico


Vou ficar com muita saudade desse cachorro safado, o Tonico. Seu apelido é Provolone, pois parece um daqueles provolones inteiros que encontramos no supermercado.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Partindo para o Nepal

Segunda-feira dia 23 de Abril começa minha nova aventura. Desta vez irei cruzar a cordilheira do Himalaia num trajeto de 1.100Km. Partindo de Lhasa no Tibet pedalarei em altitudes entre 3.600 e 5.300m.

A preparação física vem sendo feita há mais de um ano. Contudo, não há como simular a altitude. Apenas chegando lá é que saberei como meu organismo vai reagir. Nesta viagem irei com o amigo Raphael Liberatore, que para minha sorte é médico. Nos juntaremos a um grupo de nove pessoas composto por duplas de americanos, holandeses, ingleses e um italiano e outra pessoa da Nova Zelândia.